mardi 4 octobre 2016

Assíria na história bíblica

Um Livro Confiável — Parte 2

Este é o segundo de uma série de sete artigos em números consecutivos de Despertai! que trata das sete potências mundiais da história bíblica. O objetivo é mostrar que a Bíblia é confiável e inspirada por Deus e contém uma mensagem de esperança — de que um dia o sofrimento causado pelo domínio cruel do homem acabará.

É PROVÁVEL que a simples menção do nome Assíria deixasse as pessoas no Oriente Médio antigo apavoradas. Segundo o livro bíblico de Jonas, quando esse profeta recebeu uma designação de Deus para pregar uma mensagem de julgamento na capital assíria, Nínive, ele fugiu na direção oposta. (Jonas 1:1-3) Ele talvez tenha agido assim por causa da terrível reputação que os assírios tinham.
1. Touro alado assírio; 2. Um mapa do Império Assírio
Touro alado: Foto tirada por cortesia do Museu Britânico

História confiável

O profeta bíblico Naum descreveu Nínive como “guarida dos leões” e “cidade de derramamento de sangue”. Ele acrescentou: “A presa não se afasta! Há o som do chicote e o ruído do sacolejo da roda, e o cavalo galopante e o carro saltante. O cavaleiro montado, e a chama da espada, e o raio da lança, e a multidão dos que foram mortos, e a massa  pesada de cadáveres; e não há fim de corpos mortos. Estão tropeçando entre os seus corpos mortos.” (Naum 2:11; 3:1-3) Será que os registros históricos apoiam a descrição bíblica da Assíria antiga?
O livro Light From the Ancient Past (Luz do Passado Remoto) chama a Assíria de “implacável máquina de guerra cuja intimidação proposital era o terror de seus inimigos”. O trecho a seguir são as palavras de um rei assírio, Asurnasirpal II, se vangloriando do tratamento que dava aos que se opunham a ele:
Relevo em pedra assírio
Foto tirada por cortesia do Museu Britânico
Relevo em pedra que mostra prisioneiros sendo esfolados vivos
“Construí um pilar em frente do portão de sua cidade e esfolei todos os chefes que se haviam revoltado, e recobri o pilar com sua pele; a alguns emparedei dentro do pilar, a alguns empalei em estacas sobre o pilar, . . . e cortei os membros dos oficiais, dos oficiais reais que se haviam rebelado. . . . A muitos cativos dentre eles queimei no fogo, e a muitos levei como cativos vivos.” Quando arqueólogos escavaram palácios reais da Assíria, encontraram as paredes decoradas com cenas do horrível tratamento que era infligido aos cativos.
No ano 740 AEC, a Assíria conquistou Samaria, capital do reino de Israel, ao norte, e levou seu povo ao exílio. Oito anos depois, a Assíria invadiu Judá. * (2 Reis 18:13) O rei assírio Senaqueribe exigiu do rei judeu Ezequias um tributo de 30 talentos de ouro e 300 talentos de prata. A Bíblia diz que esse tributo foi pago. Mesmo assim, Senaqueribe insistiu que a capital de Judá, Jerusalém, também se rendesse incondicionalmente a ele. — 2 Reis 18:9-17, 28-31.
Um prisma de pedra contendo expressões soberbas de Senaqueribe
Foto tirada por cortesia do Museu Britânico
Prisma contendo expressões soberbas de Senaqueribe sobre sua invasão de Judá
Em Nínive, arqueólogos encontraram um prisma hexagonal de argila descrevendo os mesmos eventos narrados nos anais de Senaqueribe. Nesse texto, o rei assírio se vangloriou: “Quanto a Ezequias, o judeu, ele não se submeteu ao meu jugo, eu sitiei 46 de suas cidades fortes, fortificações muradas e inúmeras aldeias pequenas na sua vizinhança, e conquistei(-as) . . . A ele mesmo [Ezequias] fiz prisioneiro em Jerusalém, sua residência real, como a um pássaro numa gaiola.” Daí, Senaqueribe afirma que Ezequias lhe enviou “30 talentos de ouro, 800 talentos de prata, pedras preciosas, . . . (e) todas as espécies de tesouros valiosos”, exagerando o número de talentos de prata que ele de fato recebeu.
Mas note que Senaqueribe não afirma ter conquistado Jerusalém. Na realidade, ele não diz nada sobre a derrota esmagadora que seu exército sofreu por causa da intervenção de Deus. Segundo a Bíblia, o anjo de Deus matou 185 mil soldados assírios numa noite. (2 Reis 19:35, 36) No entanto, comentando sobre isso, o erudito Jack Finegan disse: “Em vista do tom geral de jactância que permeia as inscrições dos reis assírios, . . . dificilmente se esperaria que Senaqueribe registrasse tal derrota.”

Profecias confiáveis

Cerca de cem anos antes da queda do Império Assírio, Isaías disse que Jeová Deus chamaria esses conquistadores orgulhosos para prestar contas pelo modo insolente  como haviam tratado seu povo. “Ajustarei contas pelos frutos da insolência do coração do rei da Assíria e pela vanglória do seu enaltecimento de olhos”, disse Jeová. (Isaías 10:12) Além disso, Naum, profeta de Deus, predisse que Nínive seria saqueada, seus portões ficariam abertos para os inimigos e seus guardas fugiriam. (Naum 2:8, 9; 3:7, 13, 17, 19) O profeta bíblico Sofonias escreveu que a cidade se tornaria “um baldio desolado”. — Sofonias 2:13-15.
Essas profecias de destruição se cumpriram em 632 AEC. Foi nesse ano que Nínive foi derrotada pelas forças combinadas dos babilônios e dos medos, trazendo um fim humilhante ao Império Assírio. Uma crônica babilônica sobre esse acontecimento diz que os conquistadores “levaram o grande despojo da cidade e do templo” e transformaram Nínive “num montão de ruínas”. Hoje, o lugar desolado onde ficava Nínive é marcado por pilhas de ruínas na margem leste do rio Tigre, do outro lado da cidade de Mossul, no Iraque.
A destruição da Assíria também contribuiu para o cumprimento de outra profecia bíblica. Antes, no ano 740 AEC, a Assíria levou o reino de dez tribos ao exílio. Por volta dessa mesma época, Isaías, profeta de Deus, predisse que Jeová iria “destroçar o assírio”, “calcá-lo” e trazer Israel de volta à sua terra natal. Isaías escreveu: “O restante do seu povo, que remanescerá da Assíria . . . , [Deus] reunirá.” Foi exatamente isso o que aconteceu — cerca de 200 anos mais tarde! — Isaías 11:11, 12; 14:25.

Uma promessa confiável

Muito antes da queda da cidade de Nínive, enquanto seus reis ainda aterrorizavam seus inimigos, Isaías predisse o aparecimento de um tipo de governante que seria totalmente diferente. Ele escreveu: “Um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o domínio principesco virá a estar sobre o seu ombro. E será chamado . . . Príncipe da Paz. Da abundância do domínio principesco e da paz não haverá fim, sobre o trono de Davi e sobre o seu reino, para o estabelecer firmemente e para o amparar por meio do juízo e por meio da justiça, desde agora e por tempo indefinido. O próprio zelo de Jeová dos exércitos fará isso.” — Isaías 9:6, 7.
O governo do “Príncipe da Paz”, Jesus Cristo, abrangerá a Terra inteira. O Salmo 72:7, 8 promete: “Nos seus dias florescerá o justo e a abundância de paz até que não haja mais lua. E terá súditos de mar a mar e desde o Rio [Eufrates] até os confins da terra.”
Por meio desse poderoso “Príncipe da Paz”, Jeová Deus vai cumprir a promessa registrada no Salmo 46:8, 9: “Vinde, observai as atividades de Jeová, como ele tem posto eventos assombrosos na terra. Ele faz cessar as guerras até a extremidade da terra. Destroça o arco e retalha a lança; as carroças ele queima no fogo.”
Mesmo antes do cumprimento dessa profecia bíblica, as Testemunhas de Jeová realizam um programa de educação bíblica que ensina as pessoas a serem pacíficas, como Jesus fez. Mas será Deus, não esforços humanos, quem cumprirá a profecia bíblica registrada emIsaías 2:4: “Terão de forjar das suas espadas relhas de arado, e das suas lanças, podadeiras. Não levantará espada nação contra nação, nem aprenderão mais a guerra.” Em contraste com isso, hoje, o mundo e seus governantes gastam 1 trilhão de dólares por ano em empreendimentos militares.
Por causa da exatidão de sua história e de suas profecias, a Bíblia é um livro incomparável. Isso mostra aos que procuram sinceramente a verdade que a Bíblia é mesmo um livro que merece a nossa confiança. No próximo artigo desta série, consideraremos a Babilônia antiga, capital do terceiro grande império da história bíblica.

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